sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Aikidô, também Yoga.




Aikidô é também ioga, um “jugo” que nos unifica, nos liga e nos atrela a princípios superiores. As oito partes do ioga clássico se assemelham aos ensinamentos do Aikidô clássico de Morihei:

Yama, “princípios éticos”, sendo o mais importante ahimsa, “não violência”. Nas palavras de Morihei, “Aqueles que procuram a competição estão cometendo um grave erro. Bater, ferir ou destruir é o pior pecado que um ser humano pode cometer”.

Niyama, “disciplina”. No Aikidô, recebe o nome de tanren (forjar): “O objetivo do treinamento é disciplinar o indolente, enrijecer o corpo e polir o espírito”.

Asana, “posturas graciosas”. Às vezes é útil que o praticante pense nos movimentos do Aikidô não como técnicas de uma arte marcial mortífera, mas como: asana, posturas físicas que ligam o praticante a verdades mais elevadas. Como asana, as técnicas do Aikidô são dolorosas e difíceis no começo, mas no final se tornam mais fáceis, mais estáveis e mais agradáveis. Na verdade, um princípio do ioga diz que “a asana é perfeita quando o esforço para executá-la desaparece” e “quem domina a asana conquista os três mundos”. Morihei ensinava: “Funcio¬nando harmoniosamente juntas, direita e esquerda dão origem a todas as técnicas. Os quatro membros do corpo são os quatro pilares do céu”.

Pranayãma, “controle da respiração”, é necessário para partilhar da respiração do universo: “Inspire e deixe-se levar até os confins do universo; expire e traga o cosmos de volta para dentro de você. Em seguida, respire toda a fecundidade da terra. Finalmente, mescle a respiração do céu e a respiração da terra com a sua própria respiração, transformando-se na própria Respiração da Vida”.

Pratyãhara significa “libertar-se da confusão”, um afastamento da distração dos sentidos, uma mente resoluta e imperturbável. Nesse sentido, Morihei ensinava:

“Não fixe o olhar nos olhos do seu oponente: ele pode hipnotizá-la. Não fixe os olhos na sua espada: ele pode intimidá-la. Não se concentre no seu oponente de maneira alguma: ele pode absorver sua energia.”

Dharana, “fixando a mente”, também conhecida como ekagratã, “mantendo um único ponto”, é um conceito bem conhecido nos círculos do Aikidô: “Se está centrado, você pode se movimentar livremente. O centro físico é sua barriga; se sua mente também está assentada ali, você pode ter certeza da vitória em qualquer empreendimento”.

Dhyana, “meditação”, é um estado de intuição profunda e de visão clara: “Expulse os pensamentos limitadores e retome ao verdadeiro vazio. Poste-se no meio do Grande Vazio”.

Samadhi, “absorção total”, vai ainda mais longe. No samadhi, a distinção entre cognoscente e coisa conhecida se dissolve, uma transfiguração que Morihei ex¬pressava como “Eu sou o universo!” Os poderes sobrenaturais de Morihei tinham origem no seu samadhi-aiki que tudo absorvia, e seu comportamento excêntrico também era característico dos níveis mais elevados do ioga – uma espécie de loucura divina que transcendia o tempo e o espaço. “Se não se unir ao vazio do Puro Vazio, você não encontrará o caminho de aiki”.

Os ensinamentos de Morihei foram resumidos na frase Takemusu Aiki. Take sim¬boliza “valor e bravura”; representa a irreprimível e inabalável coragem de viver. Musu representa nascimento, crescimento, realização, plenitude. É a força criativa do cosmos, responsável pela produção de tudo o que sustenta a vida. Takemusu Aiki é uma expressão simbólica que significa “a existência mais destemida e criativa!”.


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